sábado, 7 de fevereiro de 2009

A história repete-se

Hoje a manhã está muito carrancuda e já choveu não se ouvem os pássaros e está tudo molhado por todo o lado. Mas mesmo assim e porque hoje é sábado, não à que voltar a cara ao tempo e ficar na cama, à que aproveitar o descanço do trabalho e fazer aquilo que mais gostamos. Toca a comer e a meter tudo o que é preciso no saco e vamos embora que o tempo há-de melhorar.
Quando estava a chegar ao clube já o sol tentava espreitar por entre as nuvens negras, a moral já ficou mais alta e lá vou eu equipar-me porque não há tempo a perder. Ao voltar já com o kayak ás costas o sol brilhava e enchia de luz todo o rio. As primeiras remadas foram difíceis mas o corpo foi-se habituando ao esforço e agora o kayak corta a água com grande velocidade, cada vez o tempo está a ficar melhor e só uma ou duas nuvens é que ainda estão no céu. A água do rio brilha como um espelho e não existe vento nenhum, as remadas são cada vez mais fortes e já não há nuvens, o sol agora brilha com mais intencidade, as gaivotas voam por todo o lado na busca de algum cardume para tomarem o pequeno almoço. Lá longe aparece um carregueiro de grande porte que vem ancorar no porto, os pilotos da barra vão no seu encalse para lhes dar as orientações de entrada no rio. Agora a remada já não é tão forte porque o calor faz-se sentir e a primeira paragem já está próximo. Um cabeço de areia no meio do rio, onde se encontram algumas centenas de gaivotas ao sol a descançar depois da busca de comida que fizeram. Com a minha chegada levantou-se um bando de gaivotas que foram em direcção ao carregueiro que estava a entrar no rio na procura de alguma comida que fosse deitada por borda fora.
Depois de descançar um pouco e de ter comido qualquer coisa energética para me dar forças na continuação da viajem, aqui vou eu outra vez sulcando as águas agora mais mexidas devido à entrada do navio. Nesta altura já o rio está cheio de barcos de recreio que aproveitam para tentar apanhar algum peixe, de barcos à vela mas não têm muita sorte porque não faz vento quase nenhum, também por cá andam os nossos amigos de barco a remos. Para dar ainda maior alegria a tudo isto ai vem o habitual cardume de golfinhos que aproveitam a maré cheia para subir o rio.
E assim se passa uma manhã maravilhosa que tinha começado com muita má cara mas que se transformou do dia para a noite. E com isto tudo eu que acabo de chegar da minha viajem matinal, cansado mas com muito boa disposição, e que depois de um retemperador banho quente, me vou preparar para um merecedor almoço à beira rio.

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